O termo hebraico רוּחַ (ruah ou ruach – grego pneuma), geralmente traduzido por \”espírito\” nas traduções bíblicas mais conhecidas, significa literalmente \”vento\”, \”sopro\” ou \”respiração\”. No entanto, por ser uma palavra polissêmica da língua hebraica, outros significados, todos de alguma forma conectados com essa mesma raiz, são aplicados a ruah em situações diferentes. Neste estudo bíblico veremos uma explicação um tanto sucinta, mas que definirá por completo o uso dessa palavra na Bíblia Sagrada.
Autor: <span>Gabriel Filgueiras</span>
Elohim, uma palavra hebraica já muito conhecida em outros idiomas, é o principal título usado para o Criador nas Sagradas Escrituras. Na verdade, elohim é o que primeiro aparece se referindo a Ele, logo em Gênesis 1:1, onde lemos: \”bereshit bara\’ elohim et hashamaim v\’et haerets\”, comumente traduzido por \”No princípio criou Deus os céus e a terra\”.
Em Lucas 1:5 tradicionalmente lemos na maioria das traduções bíblicas: \”Existiu, no tempo de Herodes, rei da Judéia, um sacerdote chamado Zacarias, da ordem de Abias, e cuja mulher era das filhas de Arão; e o seu nome era Isabel.\” No entanto, a King James trouxe o nome da mãe de Yohanan (João) como Elizabete. Diante disso nos perguntamos: qual seria o nome correto, Isabel ou Elisabete? E por qual motivo essa grande diferença? Qual é o verdadeiro, ou o nome original de \”Isabel\” afinal de contas?
O famoso \”shemá\” de Israel, praticamente o texto áureo dos judeus, Deuteronômio 6:4, repetido pelo Senhor em Marcos 12:29, não pode ser mal traduzido. Do contrário, a fé bíblica original de milhares de anos antes da era comum sofrerá interferência de doutrinas desenvolvidas fora do contexto original das Escrituras. Mas isso é o que mais tem acontecido hoje em quase todo o mundo evangélico e católico. O que comumente conhecemos como \”Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor.\” estaria realmente correto?
O monte Moríá, que aparece na Bíblia em Gênesis 22:2, é muito conhecido por ser o lugar onde DEUS diz para o patriarca Abraão viajar e lá sacrificar seu filho (Isaque) a Ele. Em hebraico a palavra é מריה – Moriyah, que significa \”lugar onde se vê o SENHOR\”. No entanto, o idioma original revela mais detalhes a respeito dessa palavra.
A palavra \”Cristo\” em português tem origem no latim Christus que, por sua vez, tem origem no grego Christos (Χριστός). Essa palavra grega é um adjetivo proveniente do verbo chrio (χριω), cujo significado é ungir. Portanto, Cristo significa \”ungido\”. Não é um sobrenome de Jesus, como Jesus Silva ou Jesus Ferreira; nem tão pouco um nome composto como Jesus Alberto ou Jesus Augusto, como vários cristãos pensam.
A esmagadora maioria dos personagens bíblicos é de origem hebraica/judaica, considerando Antigo e Novo Testamento. De fato, a Bíblia trata majoritariamente da história dos hebreus no Antigo Testamento e dos judeus no Novo Testamento. O Novo Testamento bíblico é um livro escrito majoritariamente por judeus, para judeus e não judeus. Portanto, o nome \”Maria\”, sendo de origem latina ou grega (visto que ele aparece na Septuaginta, a tradução grega das Escrituras hebraicas elaborada no século 3 AEC), não é real no contexto bíblico original. E \”Madalena\” é uma tradução errada que faz parecer ser o sobrenome dessa mulher em questão, \”Maria Madalena\”, quando na verdade não é.
A sigla \”AEC\” significa Antes da Era Comum, e \”EC\” significa Era Comum. Muitos historiadores atualmente dão preferência a citar Antes da Era Comum e Era Comum, ao invés de citar \”Antes de Cristo\” e \”Depois de Cristo\” (a.C. e d.C.), pois quando fala-se a respeito \”de Cristo\” está muito embutido na tradição cristã, o que acaba excluindo outras tradições religiosas. Além do mais, há um pequeno erro com as datas das siglas a.C. e d.C.
Yonah (ou simplificado Yoná) é o nome original do profeta que conhecemos com o nome \”Jonas\”. Já na Septuaginta (tradução grega das Escrituras hebraicas feita no século 3 AEC), o nome deste profeta hebreu é adaptado para Ἰωνᾶς (Iónas). Daí vem a versão latina e a versão portuguesa.
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