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Parashá

Resumo da Parashá Vayakhel (Êxodo 35:1-38:20)

A Parashá Vayakhel é a 22ª porção semanal da Torá no ciclo anual judaico de leitura. Vayakhel, que significa “Ele reuniu” em hebraico, começa quando Deus ordena aos israelitas que observem o sábado. Além disso, Moisés pede doações materiais para a construção do Mishkan (Tabernáculo), e o povo doa. Um grupo de artesãos designados por Deus começa a construir o Mishkan e seus vasos.

O dia de repouso (shabat).

A Parashá (Porção) Vayakhel começa quando Moisés recorda o povo israelita da ordenança divina de se descansar do trabalho no sétimo dia da semana, que corresponde ao dia em que Deus cessou seu trabalho de criação.

Na verdade, ele começa o seu discurso lembrando disso porque logo em seguida ele chamará o povo para trabalhar na construção do Tabernáculo sagrado e seus objetos de serviço divino, cujas descrições e o projeto ele já havia recebido do próprio Deus.

Vale acrescentar que o trabalho no sábado (shabat) aqui é punido com pena de morte, e agora Moisés afirma que nem se deveria acender fogo nas casas neste dia, porque era consagrado ao ETERNO e nenhuma obra criativa deveria ser feito nele (vide Êx 35:1-3).

Ofertas para a Tenda Sagrada (Mishkan).

A partir do v. 4 de Êxodo 35 Moisés começará a descrever todos os materiais que deveriam ser doados para a construção da Tenda de Deus. Entre os materiais encontram-se:

  • Ouro, prata ou bronze;
  • tecidos azul, roxo e vermelho;
  • linho fino e pelos de cabra;
  • peles de carneiro tingidas de vermelho, peles finas;
  • madeira de acácia;
  • azeite e perfumes;
  • pedras de ônix e outras pedras preciosas;
  • etc.

A lista vai do v. 5 até o 9 e deveria ser oferecida voluntariamente por cada um.

Agora, os vs. 10-19 resumem todos os trabalhos que seriam feitos na Tenda Sagrada, incluindo as roupas sacerdotais. Aqui também Moisés faz a chamada para todas as pessoas que tinham habilidade em algum trabalho se apresentarem e começarem a manufaturar tudo.

Os vs. 20-29 descrevem como o povo, tanto homens como mulheres, apresentaram voluntariamente os materiais para construção do Tabernáculo de Deus, também se apresentaram para o serviço.

Todos os israelitas, homens e mulheres, trouxeram ofertas para a obra que o SENHOR, por meio de Moisés, tinha ordenado que fosse feito. As ofertas foram dadas ao SENHOR voluntariamente.

(Êxodo 35:29)

Deus chama artífices pelo nome.

Uma coisa interessante que acontece a partir de Êxodo 35:30 até 36:2 é o modo que Deus chama alguns trabalhadores para realizarem o serviço sagrado, pois ele os chama pelo nome! Mais especificamente, Bezalel, cujo nome significa “a sombra (proteção) de Deus” e Ooliabe (significado “tenda do pai”).

A estes dois homens Moisés diz que Deus encheu da inspiração de sabedoria, entendimento e conhecimento para elaborar todos os utensílios da Tenda de Deus. Imagina o quão importante era o trabalho destes dois e com quanto capricho eles deveria realizar seu trabalho, pois era feito diretamente para o próprio Deus!

Imagine que o próprio Deus em presença real desceria em um artefato que foi manufaturado por suas mãos… Não é incrível! Apesar de não serem profetas, Bezalel e Ooliabe realmente desempenharam trabalhos excepcionais. Até os dias de hoje sonha-se em encontrar a arca da aliança que eles manufaturaram, por exemplo.

Este trecho encerra relatando a tamanha boa vontade e disposição do povo em contribuir para a construção do Mishkan. É porque, depois que Moisés entregou todo o material para os trabalhadores realizarem o serviço, o povo continuou fazendo doações, e elas foram tantas, e todos os dias se traziam mais, que os artífices tiveram que pedir Moisés para proibir o povo de trazer mais, pois já sobrava muito! (veja 36:3-7)

No Blog Bíblia se Ensina, escrevemos um estudo bíblico a respeito deste trecho, relatando como deve ser a nossa contribuição para a obra de Deus.

A Tenda Sagrada.

Depois de toda oferta entregue, e os artesãos selecionados para o trabalho, a construção para a Tenda de Deus começou.

Os vs. 8-13 de Êxodo 36 descrevem as cortinas, seus tamanhos e como elas eram dispostas na Tenda. Já os vs. 14-19 descrevem a outra tenda que ficava por cima da Tenda Sagrada.

A partir do v. 20, até o 30, são descritas as armações de madeira que segurariam a Tenda divina. Cada armação media aproximadamente quatro metros e meio de altura por setenta centímetros de largura, dentre outros detalhes.

Os vs. 31-38 descrevem as travessas de madeira feitas para as armações da Tenda, algumas cortinas bordadas com querubins e as bases de bronze para as colunas.

Os utensílios do Tabernáculo.

O capítulo 37 de Êxodo começa descrevendo que Bezalel também fez uma arca de madeira de acácia, com um metro e dez centímetros de comprimento por setenta centímetros de largura e setenta de altura. Ele revestiu a arca de ouro por dentro e por fora. Fez também as varas e as argolas para que a arca fosse transportada. Fez ainda dois querubins de ouro trabalhados à martelo, que ficariam na parte de cima dela. Os detalhes completos vão até o versículo 9.

Depois o texto continua descrevendo a mesa que Bezalel também fez. Ela tinha aproximadamente noventa centímetros de comprimento por quarenta e cinco centímetros de largura e setenta de altura. Também era revestida de ouro puro com uma moldura de ouro à sua volta. Como a arca, ela também tinha argolas e varas para seu transporte. Os utensílios para a mesa também eram de ouro, os pratos, as colheres, as jarras e as taças; as duas últimas serviam para as ofertas de bebidas. Os detalhes estão nos vs. 10-16.

Já os versículos 17 a 24 descrevem o candelabro, chamado Menorá em hebraico.

Imagem ilustrativa com exemplo do candelabro (Menorá).

Bezalel fez o candelabro de ouro puro, trabalhado a martelo. Fez a base, a haste, os cálices, os botões e as flores de ouro puro e juntou tudo formando uma só peça.

O candelabro tinha 6 braços, 3 de um lado e 3 do outro, e um no meio. Bezalel utilizou cerca de trinta e cinco quilos de ouro puro para fazer o candelabro e todos os seus utensílios.

Os vs. 25-29 finalizam o capítulo 37 descrevendo o altar para queimar incenso. Ele foi feito de madeira de acácia. Era quadrado, com cerca de quarenta e cinco centímetros de cada lado por noventa centímetros de altura. As pontas do altar, em forma de chifres, formavam uma só peça com o altar. Ele também tinha argolas e varas revestidas de ouro para transporte. Por fim, Bezalel fez também o azeite sagrado de consagração e o incenso aromático, como fazem os perfumistas.

O altar e a bacia.

Êxodo 38 começa descrevendo que Bezalel fez o altar de madeira de acácia, para os sacrifícios que devem ser queimados completamente. Era quadrado, com aproximadamente dois metros e vinte cinco centímetros de cada lado por um metro e trinta e cinco centímetros de altura. As pontas dos quatro cantos pareciam chifres e o altar era revestido de bronze. Também fez de bronze todos os utensílios do altar: recipientes para apanhar gordura e cinza, pás, bacias, garfos para a carne, braseiros e a grelha. As argolas e as varas para transportar o altar eram de madeira de acácia, mas revestidas de bronze. Essa descrição segue até o v. 8 deste capítulo.

Representação do altar de bronze.

O pátio em volta da Tenda Sagrada.

Bezalel fez também um pátio para a Tenda Sagrada. No lado sul, o pátio tinha uma parede, feita de cortinas, com cerca de quarenta e cinco metros de comprimento. Tinha vinte colunas e vinte bases feitas de bronze. No lado norte as cortinas tinham as mesmas medidas, além de vinte colunas e vinte bases de bronze. No lado oeste do pátio, as cortinas tinham vinte e dois metros de comprimento, com as suas dez colunas e dez bases. O lado leste, que está virado para o nascer do sol, tinha vinte e dois metros de largura.

Um dos lados da entrada tinha cortinas de seis metros e sessenta centímetros de comprimento, três colunas e três bases. O outro lado também.

A descrição completa do pátio vai dos vs. 9 até 20, finalizando assim a Parashá (Porção) Vayakhel.

Representação ilustrativa da entrada e do pátio do Mishkan (Tenda Sagrada).

Obra recomendada para leitura da Parashá Vayakhel:

Torá: a lei de Moisés, por Meir Matzliah Melamed.

Sugestões de leituras diárias para a Parashá Vayakhel:

Obra sugerida para mais aprendizado das Escrituras Sagradas: A Torá Viva, por Adolpho Wasserman, Comentários do Rabino Aryeh Kaplan.

Por Gabriel Filgueiras

Nascido em fevereiro de 1989, natural de Magé, RJ. Formado em teologia pela Faculdade da 2ª Igreja Batista de Rio das Ostras (RJ); estudante da Bíblia em seu contexto original judaico com a Comunidade Judaica Netzarim do Pará, sob orientação do professor de Torá e rosh (líder de comunidade) Yoná Sibekhay. Sou um monoteísta gentio em busca do conhecimento do Sagrado e Divino através das Sagradas Escrituras, a Bíblia Sagrada. Para mais informações, visite a página "Sobre" no Blog bibliaseensina.com.br.

2 respostas em “Resumo da Parashá Vayakhel (Êxodo 35:1-38:20)”

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