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Parashá

Resumo da Parashá Hukat (Números 19:1-22:1)

A Parashá Hukat é a 39ª porção semanal da Torá no ciclo anual judaico de leitura. Hukat, que significa “Lei de” em hebraico, começa descrevendo o processo de queimar a novilha vermelha e usar suas cinzas para purificação. Esta porção também conta as histórias das mortes de Miriam e Aarão, além do ataque de Moisés a uma rocha para produzir água; uma praga de cobras venenosas e batalhas contra os reis emoritas Sion e Og. Ao todo, a Parashá Hukat abrange o texto de Números 19:1 até 22:1.

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Leitura do 1º ano do ciclo trienal: 19:1-20:21.

Sugestões de leituras diárias:

As cinzas da vaca (novilha) vermelha.

O texto de Números capítulo 19 abre a Parashá (Porção) Hukat com as prescrições de como seria feita a água purificadora com as cinzas de uma novilha avermelhada.

A vaca/novilha vermelha deveria ser levada perante o Eterno sem nenhum defeito. Além disso, nenhum jugo poderia ter sido colocado sobre ela. O sacerdote deveria retirá-la do acampamento israelita e sacrificá-la.

Ele também deveria pegar parte do sangue com os dedos e aspergir na direção da Tenda do Encontro, o Mishkan. Depois ela deveria ser queimada por completo. Então, pegando madeira de cedro, hissopo e pano vermelho, deveria jogar tudo ao fogo onde estivesse queimando a vaca.

Depois de lavar suas próprias roupas e tomar banho, o sacerdote poderia voltar ao acampamento, mas permaneceria cerimonialmente impuro até o entardecer. O mesmo acontecia com quem queimava a novilha (cf. vs. 2-8).

Em seguida, um homem que estivesse puro deveria pegar as cinzas da vaca e colocá-las num lugar puro, ainda fora do acampamento. As cinzas então eram guardadas para preparar a água da purificação.

Vaca marrom avermelhada simbolizando a novilha vermelha mencionada nos versículos bíblicos de Números capítulo 19.

O versículo 9 deste capítulo descreve que tudo isso era um sacrifício/oferta pelo pecado. O homem que retirasse as cinzas deveria lavar depois suas roupas e ficar cerimonialmente impuro até à tarde. O verso seguinte ainda destaca que esta seria uma lei permanente tanto para o israelita quanto para os estrangeiros que residissem entre eles.

A purificação através da água com as cinzas da novilha vermelha.

A partir do versículo 11 de Números 19 são descritos os tipos de impurezas que seriam purificadas com o uso da água que continha as cinzas da novilha vermelha.

Quem tocasse no cadáver de um ser humano deveria ficar impuro por sete dias. Ele deveria fazer uso da água purificadora no terceiro e no sétimo dia, para que ficasse puro. Aquele que tocasse num cadáver e não se purificasse com tal água, contaminaria a Tenda Sagrada de Deus e deveria ser separado do povo (vs. 11-13).

Caso alguém morresse dentro de uma tenda, todos os que estivessem lá ficariam impuros por sete dias, além de todo prato que não estivesse tampado. A pessoa que tocasse numa tumba também ficaria impura (vs. 14-16).

Para purificar as pessoas, deveria ser colocada numa vasilha um pouco da cinza da vaca e adicionada água fresca. Alguém que estivesse puro deveria pegar no hissopo e o molhar na água, depois a aspergir sobre a tenda, os pratos e as pessoas que estivessem ali. A água também deveria ser aspergida sobre aqueles que tocaram num cadáver ou tumba. Isso deveria ser feito no terceiro e no sétimo dia. No fim a pessoa seria considerada pura novamente, mas depois de lavar suas roupas e tomar banho (vs. 17-19).

Os que não se purificassem dessa forma deveriam ser separados do povo para não contaminar a habitação de Deus. Aquele que aspergisse a água da purificação deveria lavar suas roupas depois. Além disso, tudo que era tocado por alguém impuro, ficava impuro também, até o entardecer (vs. 20-22).

A água da rocha.

Foto ilustrativa de pedras sobre água simbolizando a água que saiu da rocha no capítulo 20 de Números.

O texto de Números capítulo 20 começa relatando a famosa cena de quando Moisés milagrosamente tira água de uma rocha para dar de beber ao povo de Israel. Isso aconteceu no deserto de Zim, em Cades. Moisés havia perdido sua irmã a não muito tempo (v. 1).

Com a falta d’água que houve ali naquela ocasião, o povo se revoltou contra Moisés e Aarão, seu irmão. A insatisfação do povo foi tamanha que vários deles desejaram até morrer com outros israelitas que haviam morrido antes. O povo se queixava contra Moisés por tê-los conduzido até ali, dizendo que até os animais iriam morrer de sede e que não tinham nem sequer terreno para fazer plantações (vs. 2-5).

Moisés e Aarão, se retirando de perto do povo, foram até a Tenda do Encontro e se prostraram, e a glória de Deus lhes apareceu. Então Deus disse para ele tomar em sua mão a vara, reunir o povo e ir até uma rocha com seu irmão; ali deveriam falar com ela para que jorrasse água e o povo bebesse.

Moisés fez o que Deus ordenou. Mas, tomado de fúria, em vez de falar com a rocha, ele bateu nela e disse ao povo: — Escutem vocês, rebeldes, será que teremos que tirar água desta rocha para lhes dar?

Depois de dizer essas palavras, bateu na rocha duas vezes com a vara, daí começou a sair água; todo o povo e os animais começaram a beber.

Mas a atitude de Moisés e Aarão não agradou a Deus. O Eterno disse que eles não haviam o santificado perante o povo, então disse que por isso não entrariam na terra prometida (vs. 2-12).

As águas foram chamadas em hebraico מריבה (Meriyvah) – aportuguesado Meribá. que significa contenda ou disputa, e são mencionadas pelo rabino Shaul (Saul ou Paulo) em 1ª Coríntios 10:4.

Edom não deixa Israel passar por seu território.

A partir do versículo 14 de Números 20 será mencionado que Moisés enviou desde Cades uns mensageiros ao rei de Edom a fim de lhe pedir permissão para atravessar seu território.

Os edomitas eram descendentes de Esaú, irmão de Jacó (Israel) e conheciam a história dos israelitas e como foram escravos em terras egípcias.

Moisés queria apenas atravessar o território edomita pelo caminho principal, sem usar de nada deles (vs. 14-17). No entanto, o rei daquela região os proibiu de passar por ali, do contrário seriam atacados.

Moisés ainda tenta negociar dizendo que se consumissem alguma coisa deles durante a passagem pagariam, porém mesmo assim foram proibidos, e o rei preparou seu exército para atacá-los, mas os israelitas foram por outro caminho.

Obra recomendada para leitura e estudo da Parashá Hukat:

Torá: a lei de Moisés, por Meir Matzliah Melamed.

Livro Torá: a lei de Moisés, por Meir Matzliah Melamed, Editora Sefer.

Por Gabriel Filgueiras

Nascido em fevereiro de 1989, natural de Magé, RJ. Formado em teologia pela Faculdade da 2ª Igreja Batista de Rio das Ostras (RJ); estudante da Bíblia em seu contexto original judaico com a Comunidade Judaica Netzarim do Pará, sob orientação do professor de Torá e rosh (líder de comunidade) Yoná Sibekhay. Sou um monoteísta gentio em busca do conhecimento do Sagrado e Divino através das Sagradas Escrituras, a Bíblia Sagrada. Para mais informações, visite a página "Sobre" no Blog bibliaseensina.com.br.

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