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Haftará Parashá

Resumo da Parashá Tzav (Levítico 6:1(8) até 8:36)

A Parashá Tzav é a 25ª porção semanal da Torá no ciclo anual judaico de leitura. Na Bíblia Hebraica original e na Bíblia Judaica Completa do David Stern, essa Porção começa em Levítico 6:1, já nas bíblias comuns começa em 6:8, finalizando em 8:36. Em Tzav, que significa “Comando” em hebraico, Deus conta a Moisés sobre os sacrifícios oferecidos no Mishkan (Tabernáculo), incluindo uma oferta de refeição trazida pelo sumo sacerdote. Além disso, fala de ofertas pela culpa e de agradecimento. Moisés inicia Aarão e os filhos dele para o serviço sacerdotal no Mishkan.

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As leis do sacrifício queimado e de cereal.

A Parashá (Porção) Tzav começa em Levítico 6 com uma ordem sendo dada para Aarão e seus filhos. É que, em relação ao sacrifício queimado (chamado “holocausto” nas bíblias comuns), o animal sacrificado deveria ser totalmente queimado no altar. O fogo do altar não deveria se apagar. Todas as manhãs o sacerdote deveria pôr mais lenha sobre o altar e arrumar sobre ele o sacrifício queimado, queimando nele a gordura das ofertas de comunhão. Alguns outros detalhes são descritos nos vs. 8 até 13.

Agora, com relação às ofertas de cereais, estas também deveriam ser apresentadas diante do altar. O sacerdote deveria tirar uma mão-cheia da farinha oferecida com azeite e todo o incenso que acompanha a oferta. Ele deveria ainda queimar tudo o que apanhou no altar. A mão-cheia representaria toda a oferta que, segundo o texto, é de aroma agradável ao ETERNO. O restante da farinha seria para Aarão e seus filhos fazerem pão sem fermento, que deveria ser comido num lugar sagrado, isto é, dentro do pátio da Tenda do Encontro. Veja vs. 14-18 para mais detalhes.

A oferta para a consagração dos sacerdotes.

Aarão e seus filhos também deveriam apresentar a Deus uma oferta no dia em que fossem consagrados como sacerdotes. Basicamente, eles deveriam apresentar dois quilos da melhor farinha, metade de manhã e metade à tarde. A farinha deveria ser bem preparada com azeite e assada. Depois de misturada, a oferta deveria ser partida em pedaços e apresentada ao SENHOR. Essa oferta também deveria ser queimada completamente, sem nada ser comido. Ver vs. 19-23 para descrição completa.

As leis dos sacrifícios pelo pecado.

Nos últimos versículos de Levítico 6, lemos a respeito da oferta de sacrifício pelo pecado.

O animal que fosse oferecido ao ETERNO em sacrifício pelo pecado deveria ser morto no mesmo lugar onde se matam os animais queimados. Esta era uma das ofertas mais sagradas. O sacerdote que oferecesse o sacrifício pelo pecado só deveria comer dele num lugar sagrado, isto é, dentro do pátio da Tenda do Encontro (Tabernáculo ou Mishkan).

Além do mais, tudo que tocasse na carne ficaria santificado; se a roupa de alguém fosse salpicada com o sangue do animal, deveria ser lavada num lugar sagrado. Se a carne fosse cozida numa vasilha de barro, esta deveria ser quebrada, se fosse de bronze, deveria ser esfregada e lavada com água.

Por fim, só os homens que pertencessem à família sacerdotal deveriam comer da carne do sacrifício pelo pecado. A descrição completa está nos vs. 24-30, que dá alguns outros detalhes.

Os sacrifícios de restituição e de comunhão.

Os vs. 1-10 de Levítico capítulo 7 descrevem como deveria ser feito o sacrifício de restituição. Em resumo, o animal deveria ser morto onde eram mortos os animais destinados a serem sacrifícios queimados. O sangue deveria ser aspergido nos lados do altar e toda a gordura deveria ser queimada. Além disso, os sacerdotes poderiam comer do restante, mas num lugar sagrado.

A pele do animal deveria ser dada ao sacerdote que ofereceu o sacrifício. Além do mais, as ofertas de cereais preparadas no forno ou cozidas numa panela ou numa assadeira, pertenceriam ao sacerdote que as oferecesse. O trecho completo mencionado acima dá alguns outros detalhes.

Já referente às ofertas de comunhão, descritas dos vs. 11-15, elas eram oferecidas em agradecimento a Deus. Bolos sem fermento amassados com azeite e pães finos sem fermento e untados com azeite também eram oferecidos nestes casos. Dessas ofertas, e outras descritas no texto, uma parte era para contribuição ao Eterno. Essa parte pertenceria ao sacerdote que aspergiu o sangue do sacrifício de comunhão. A carne desse sacrifício deveria ser comida no mesmo dia.

Agora, as sobras da carne do sacrifício por um voto, mencionado dos vs. 16-18, poderiam ser comidas no dia seguinte; porém essa carne não poderia ser comida no terceiro dia, do contrário sua oferta não seria aceita.

As carnes que tocassem algo impuro não deveriam ser comidas, mas deveriam ser queimadas. A carne dos sacrifícios de comunhão só poderia ser comida por alguém puro, do contrário seria excluído da comunidade. Para mais detalhes, vide vs. 19-21.

Além de tudo isso, o capítulo 7 de Levítico descreve ainda que os israelitas não deveriam comer gordura de bezerro, carneiro ou cabrito. Ou a gordura de um animal que foi encontrado morto ou que foi despedaçado por animais selvagens. A gordura dos animais oferecidos em sacrifício queimado também não deveria ser comida. E onde quer que eles vivessem, também não deveriam comer o sangue dos animais. Veja os vs. 22-27.

A porção dos sacerdotes.

Os vs. 28-38 finalizam o capítulo 7 de Levítico dizendo que a oferta de comunhão deveria ser apresentada pelo próprio ofertante. A pessoa também fazia um movimento de apresentação da oferta a Deus. A gordura dessa oferta era queimada no altar, mas a coxa direita e o peito do animal pertenciam a Deus, e Ele os dava como contribuição a Aarão e seus filhos.

O capítulo é concluído afirmando que os israelitas receberam essas leis no monte Sinai.

A consagração de Aarão e seus filhos ao sacerdócio (Levítico 8).

O capítulo 8 de Levítico menciona a cerimônia de consagração ao serviço sacerdotal de Aarão e seus filhos. Eles deveriam se dirigir à entrada da Tenda do Encontro vestindo as roupas sacerdotais para a consagração.

Sumo sacerdote judeu usando um hoshen e levitas na antiga Judá.

Além disso, eles deveriam levar consigo o azeite da consagração, o bezerro para o sacrifício pelo pecado, os dois carneiros e o cesto de pães sem fermento. Deus ordena ainda que toda comunidade de Israel fosse reunida à entrada da Tenda (vs. 1-4).

Moisés então reúne toda comunidade, leva Aarão e seus filhos até a entrada do Mishkan e lava-os com água. Depois, ele pôs a túnica em Aarão e colocou nele o cinto, o manto e o éfode. Também colocou o peitoral sobre Aarão e nele pôs o Urim e o Tumim. Colocou o turbante na cabeça dele e na parte da frente do turbante colocou a lâmina de ouro. Ele fez tudo como Deus tinha ordenado.

Ele ainda ungiu a Tenda Sagrada e tudo o que havia nela com o azeite da consagração. Também aspergiu o altar sete vezes e assim o consagrou, juntamente com todos os utensílios, a bacia de purificação e a sua base.

Então, derramando parte do azeite sobre a cabeça de Aarão, o consagrou a Deus para o sacerdócio.

Moisés também colocou nos filhos dele as túnicas, os cintos e enrolou os turbantes em suas cabeças, tal como o SENHOR tinha mandado. Vide vs. 6-13.

Agora, os vs. 14-17 descrevem como um bezerro foi oferecido como sacrifício pelo pecado. Já os vs. 18-21 descrevem a oferta do carneiro que foi oferecido como sacrifício queimado.

Também, um segundo carneiro foi oferecido como sacrifício para consagração de Aarão e seus filhos. É neste momento que Moisés usa um pouco do sangue do carneiro para tocar com ele na orelha direita, no polegar da mão direita e no polegar do pé direito de Aarão e seus filhos. Depois o sacerdote e seus filhos fazem um movimento de apresentação do carneiro, de um pão e um bolo. Tudo isso foi queimado no altar como uma oferta de aroma agradável ao ETERNO. A descrição completa deste ritual está nos versículos 22 até 29.

Por fim, Moisés pegou um pouco do azeite da consagração e um pouco do sangue que estava no altar e aspergiu-os sobre Aarão, sobre a sua roupa, e sobre seus filhos e suas roupas. E assim os consagrou a Deus. Ele disse ainda que Aarão e seus filhos deveriam cozinhar e comer a carne à entrada da Tenda do Encontro, com o pão do cesto das ofertas da consagração. Eles também deveriam ficar sete dias ali, e assim eles fizeram.

Obra recomendada para leitura da Parashá Tzav:

Torá: a lei de Moisés, por Meir Matzliah Melamed.

Sugestões de leituras diárias para a Parashá Tzav:

Obra recomendada para mais aprendizado livro de Levítico: Torá Luxo – Chumash Gutnick – o Livro de Levítico, por Rabino Chaim Miller.

Por Gabriel Filgueiras

Nascido em fevereiro de 1989, natural de Magé, RJ. Formado em teologia pela Faculdade da 2ª Igreja Batista de Rio das Ostras (RJ); estudante da Bíblia em seu contexto original judaico com a Comunidade Judaica Netzarim do Pará, sob orientação do professor de Torá e rosh (líder de comunidade) Yoná Sibekhay. Sou um monoteísta gentio em busca do conhecimento do Sagrado e Divino através das Sagradas Escrituras, a Bíblia Sagrada. Para mais informações, visite a página "Sobre" no Blog bibliaseensina.com.br.

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