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Haftará Parashá

Resumo da Parashá Matot (Números 30:2 – 32:42)

A Parashá Matot (“Tribos”) começa com leis sobre votos (Nm 30:1-16) e continua a descrever a guerra dos israelitas contra os midianitas e a distribuição de despojos.

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O compromisso dos homens com seus votos.

Os votos são de tamanha importância que as vezes não nos damos conta. Na porção Matot, vemos que se um homem fizesse um voto a Deus ele teria que cumprir sem falha.

Salomão, o rei sábio de Israel, explica em Eclesiastes 5:1-7 que é melhor não fazer um voto do que fazer e não cumprir, pois um homem não deve agir como um tolo, dizendo palavras precipitadas e irrefletidas para Deus.

O Salvador é ainda mais profundo em seus ensinamentos a respeito do votos. Ele afirma que o homem não deveria jurar de maneira alguma; isso, obviamente, é para prevenir os seres humanos de cometerem falhas contra o mandamento bíblico (Mt 5:33-37).

Nos vs. 3-16 de Números 30, lemos o princípio de autoridade do pai para com sua filha e do marido para com sua esposa no que diz respeito aos votos delas. Para que elas cumprissem seus votos, deveria haver o consentimento do chefe do lar, se ele não concordasse, então a mulher não poderia cumpri-los; Deus a perdoaria porque seu marido/pai não consentiu.

Isso pode até parecer machista se visto irrefletidamente. No entanto, tal mandamento destaca como o pai de família ou o marido deve ser sensato e edificar seu lar com sua própria sabedoria, promovendo a instrução de sua esposa ou filha.

A guerra contra os midianitas.

Em Números 31:1-13 os israelitas saem em combate contra os midianitas. É interessante frisar que Deus ordena a matança deles como uma vingança. Em 25:17-18 Deus especifica para Moisés os atos dos midianitas contra Israel.

É também aqui no capítulo 31, vs. 14-16, que Moisés relata a astúcia que Balaão agiu contra Israel, armando ciladas para os homens com as mulheres midianitas. Essas mesmas mulheres que haviam desviado o coração de alguns israelitas do seu Deus foram poupadas na guerra, o que irritou Moisés. Então ele ordena que elas fossem eliminadas. Isso nos ensina que fazer o mal aos outros sempre nos levará a sofrer duras consequências (cf. Jó 4:8; Pv 22:8).

O pecado do Balaão ainda é relatado no final da Bíblia, no livro da Revelação (Ap) 2:14. Aqui Balaão é apresentado como um instrutor do maligno, pois ele dá conselhos ao rei Balaque em como armar ciladas para os israelitas pecarem contra o seu Deus. Primeiro ele diz para Balaque enviar mulheres bonitas para seduzirem os homens, segundo que elas os seduzissem para comer refeições sacrificadas aos seus ídolos (deuses) e prestar culto a eles.

Balaão é morto pelo exército israelita devido seu pecado, provando mais uma vez que o mal jamais ficará impune (31:8). Além disso, mais uma lição aprendemos aqui, que devemos conservar íntegra a nossa conduta e não nos deixar seduzir por apetites sexuais imorais e ilícitos, porque muitos homens de Israel caíram nessa sedução e também pagaram um preço por isso (31:14-16; cf. 25:1-9).

A divisão dos despojos da guerra.

Números 31:25-54 é um trecho completamente dedicado a abordar o que fizeram com os despojos da guerra contra os midianitas. Este também não é um trecho de se ignorar, porque aqui podemos aprender boas lições.

Não é comum irmos para guerras e conseguirmos despojos dos inimigos, mas aqui temos lições a aprender quanto a administração dos nossos bens adquiridos com o esforço do nosso trabalho.

Dos vs 25-30, Deus ordena que os soldados ficassem com uma parte e outra fosse dada à comunidade. Além disso, uma pequena parte do que cada um recebeu deveria ser compartilhado com os levitas como se fosse uma contribuição para Deus, isto é, para os serviços espirituais que os levitas faiam para Ele perante o povo (vs. 36-47). Isso nos ensina que:

  1. Devemos desfrutar dos nossos bens adquiridos com nosso trabalho;
  2. Precisamos compartilhar nossas conquistas com outras pessoas;
  3. Devemos separar algum valor para trabalhos que envolvam a obra de Deus.

Nós vemos ainda, dos vs. 48-50, que os soldados voluntariamente dão a Deus uma parte do que conquistaram em combate, pois estavam agradecidos pelo fato de nenhum soldado ter morrido na luta. Assim também devemos dar contribuições para a obra de Deus em gratidão pelas nossas conquistas.

Não abandone seus irmãos!

A Parashá (porção) Matot termina com a divisão do leste do Jordão sendo dado para as tribos de Gade, Rúbem e metade Manassés.

E mesmo aqui aprendemos preciosas lições. Pois embora tivessem conquistado algumas terras do lado leste do Jordão ao vencerem os midianitas e outros reis, os israelitas ainda não haviam herdado toda a terra prometida por Deus.

Quando a tribo de Gade e Rúbem pediram as terras à leste do Jordão como herança, Moisés interpretou que eles queriam abandonar o restante dos israelitas nos combates que estavam por vir. Isso certamente desanimaria muitos da nação, e Moisés os recorda dos espiões que, tempos atrás, haviam desanimado o povo da mesma forma (vs. 32:6-15; cf. 13:25-33).

Contudo, aqueles homens afirmaram que não abandonariam seus irmãos nos empreendimentos para conquistar o restante da terra prometida do outro lado do rio Jordão (vs. 32:16-19).

Isso nos ensina que, mesmo depois de termos alcançado realizações e conquistas na vida, não podemos nos esquecer das pessoas que ainda não tiveram o mesmo sucesso que nós, e devemos ajudá-las a alcançá-lo também.

A Haftará (porção dos profetas) lida na Parashá Matot é Jeremias 1:1 – 2:3.

Essa porção dos profetas fala da conduta do povo israelita dentro de sua terra prometida. Enquanto em Números está sendo mostrado os preparativos da entrada deles nela, em Jeremias vemos o motivo pelo qual eles, centenas de anos depois, estavam sendo expulsos dessa mesma terra.

Quanto aos escritos dos discípulos do Senhor, já mencionamos textos a serem lidos.

Obra recomendada para estudo da Parashá Matot: Torá Interpretada (5 volumes) À luz dos ensinamentos do Rabino Samson Raphael Hirsch.

Por Gabriel Filgueiras

Nascido em fevereiro de 1989, natural de Magé, RJ. Formado em teologia pela Faculdade da 2ª Igreja Batista de Rio das Ostras (RJ); estudante da Bíblia em seu contexto original judaico com a Comunidade Judaica Netzarim do Pará, sob orientação do professor de Torá e rosh (líder de comunidade) Yoná Sibekhay. Sou um monoteísta gentio em busca do conhecimento do Sagrado e Divino através das Sagradas Escrituras, a Bíblia Sagrada. Para mais informações, visite a página "Sobre" no Blog bibliaseensina.com.br.

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