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Parashat Toldot – 2º ano do ciclo trienal: Gênesis 26:23 até 27:27

A Parashat Toldot, que quer dizer Gerações no hebraico, é a sexta porção semanal da Tora. Ela conta um pouco da história de Isaque, o filho de Abraão e Sara. No 2º ano do ciclo trienal de leitura, ela abrange o texto de Gênesis 26:23 até 27:27.

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Sugestões de leituras diárias para a Parashat Toldot:

  • Segunda: Gênesis 26:23-33.
  • Terça: Malaquias 1:1 até 2;7 ou 2º Livro das Crônicas de Davi (2Sm) 19:32-40.
  • Quarta: Romanos 9:9-16 ou Hebreus 11:11-20. Obra recomendada para essas leituras: Bíblia Judaica Completa, por David Stern.
  • Quinta: Gênesis 26:34 até 27:27.
  • Sexta: Estudo bíblico para o Shabat (sábado), ainda em construção por aqui.
  • Sábado: Nas comunidades judaicas, desde antes dos tempos de Yeshua e seus discípulos – vide Lc 4:16 e At 13:14-15 – toda a Parashat Toldot (bem como as outras) é lida por sete pessoas. Elas usam um púlpito de madeira elevado para realizar a leitura (costume herdado de Ne 8:1-4). Nas comunidades judaicas atuais, o texto é lido em hebraico e português. Depois é feito um comentário por um professor de Torá, como aconteceu nos dois versículos de Atos referidos mais acima. Aconselhamos reunir seu grupo de estudos (ou a família, se possível) e fazer semelhantemente, caso não tenha uma comunidade judaica por perto.

Como Isaque atraiu a presença de Deus.

Depois de ter sido expulso da região de Gerar pelo rei Abimelek e seus súditos, Isaque, o filho de Abraão, chega até uma região próxima que mais tarde se chamaria Berseba (Gn 26:23).

O homem havia enriquecido muito na terra do rei Abimelek, por isso eles não podiam mais conviver. Então, depois que os súditos do rei entulham uns poços que os servos de Isaque tinham cavado naquela região, ele é obrigado a ir para outro local (Gn 26:17-22).

isso nos ensina certas lições e advertências. A primeira coisa é que, se nossa conduta é orientada de acordo com os caminhos do Eterno, certamente alcançamos prosperidade em nossos feitos, e isso infelizmente incomoda certas pessoas, despertando seus ciúmes e inveja. Mas, assim como fez Isaque, não vale a pena ficar comprando briga com tais tipos de gente. Se eles implicam, o melhor é se afastar e não deixar que suas implicâncias venham atingir a integridade de nosso ser, nem atrapalhar nossa dedicação às coisas corretas.

Além disso, depois que Isaque foge da briga com aqueles homens para não perder seu tempo com o que não valia a pena, nem perder de foco o seu chamado para com Deus, o próprio Deus lhe aparece, confirma suas promessas e o fortalece (Gn 26:24).

Ou seja, quando entendemos o chamado de Deus e permanecemos firmes no Seu propósito, Ele abençoa nosso caminho, confirma suas promessas e nos fortalece perante as lutas que enfrentamos dia após dia.

Depois disso, Isaque construiu um altar em honra ao Eterno, e para agradecê-lo, ao perceber que o Soberano ainda estava com ele (Gn 26:25).

Com isso, Isaque nos ensina que, toda vez que Deus nos livra e nos abençoa, precisamos honrá-lo com nossa dedicação e agradecê-lo por suas bênçãos e promessas.

No final das contas, aqueles que expulsaram Isaque de suas terras foram procurá-lo a fim de fazer uma aliança de paz com ele, porque viram que o Todo Poderoso abençoava este homem.

Sem mágoa no coração, Isaque aceita seu pedido de desculpas e procura a paz com o rei Abimelek e seus súditos (vs. 26-31).

Então, os servos de Isaque cavam um poço onde conseguem encontrar água (vs.32-33). Isto é a benção divina acompanhando a pessoa que busca viver em integridade e retidão diante do Eterno, não se permitindo ser contaminado pelo mal.

Más companhias trazem más consequências.

O texto de Gênesis 26:34-35 relata que Esaú, o primogênito de Isaque, se casa com duas mulheres, que eram Judite e Basemate. Nestes versículos também é dito que estas mulheres tornaram a vida dos pais de Esaú amarga. Ou seja, as noras acabaram trazendo muitos problemas para seus sogros.

Quando saímos da infância e entramos na fase da adolescência, bem como na fase adulta, passamos a escolher de nossa própria vontade nossas amizades. Será que nos causa incômodo quando uma amizade que escolhemos prejudica a vida de outras pessoas que amamos? Especialmente, em relação aos pais, o mandamento do Criador diz que nós devemos honrá-los. Será que, de fato, praticamos isso quando aproximamos da vida de nossos pais certas pessoas?

Adiante com o texto bíblico, no capítulo 27 de Gênesis é relatado que Isaque sentiu o desejo de entregar sua bênção profética ao seu filho Esaú, pois foi o primeiro que saiu do ventre da mãe na hora do parto dele e de seu irmão gêmeo , Jacó (vs. 1-4).

Esaú então, sendo caçador, vai caçar um animal afim de preparar uma refeição para seu pai e depois receber a bênção dele. No entanto Rebeca, a mãe dos rapazes, ouve a conversa de Isaque com Esaú e planeja enganar o esposo, fazendo que seu filho mais novo se apresente a ele disfarçado de seu irmão e receba a bênção em seu lugar, já que Isaque estava praticamente cego (vs. 5-17).

O plano de Rebeca com Jacó quase falhou, mas deu certo. Assim Jacó recebeu a bênção divinamente inspirada de Isaque no lugar de seu irmão, Esaú (vs. 18-27).

Não poucas vezes olhamos para essa história e apenas levantamos uma acusação sobre Jacó, de que ele maliciosamente roubou a bênção de seu irmão. No entanto, não é em vão que os versículos finais do capítulo anterior a este dizem que as duas mulheres de Esaú amarguraram a vida de Isaque e Rebeca, seus pais. Deste modo, podemos ter outro ponto de vista para esta cena da usurpação da bênção.

Esaú, infelizmente, trouxe mais problemas para seus pais do que deveria, o que é confirmado em Gn 27:46; portanto, ele não honrou seus pais. O modo que seu irmão recebeu a bênção paterna em lugar dele veio do Eterno, em troca do comportamento inadequado de Esaú (visto que a bênção profética teve seu cumprimento nos descendentes de Jacó).

Assim aprendemos o quanto temos a responsabilidade de conservar íntegra nossa retidão, também honrar nossos pais, tanto na fase da adolescência quanto na adulta, nas quais pensamos com raciocínio e conseguimos tomar nossas próprias decisões. O que fizermos de mau, trará más consequências para nossa vida também, e nos fará perder coisas boas das quais nunca mais poderemos desfrutar.


Obra sugerida para mais aprendizado com a Parashat Toldot:

Torati – o Seu Dia a Dia Conforme o Pentateuco, por Jorge Dzialowski Diaconescu.

Livro Torati - O seu Dia a Dia com o Pentateuco

Por Gabriel Filgueiras

Nascido em fevereiro de 1989, natural de Magé, RJ. Formado em teologia pela Faculdade da 2ª Igreja Batista de Rio das Ostras (RJ); estudante da Bíblia em seu contexto original judaico com a Comunidade Judaica Netzarim do Pará, sob orientação do professor de Torá e rosh (líder de comunidade) Yoná Sibekhay. Sou um monoteísta gentio em busca do conhecimento do Sagrado e Divino através das Sagradas Escrituras, a Bíblia Sagrada. Para mais informações, visite a página "Sobre" no Blog bibliaseensina.com.br.

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