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Resumo da Parashá Devarim (Deuteronômio 1:1 até 3:22)

Last updated on 29/07/2022

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Devarim (“Palavras”) é a primeira porção da Torá no Livro de Deuteronômio, o livro final da Torá. Nele, Moisés relata eventos das viagens dos israelitas no deserto (1:6-8, 1:40-2:25), bem como a nomeação de juízes (1:9-18), o pecado dos espiões (1:19-33) e as guerras com os reis emoritas Siom e Ogue (2:26-3:22). A Parashá Devarim ao todo vai de Deut. 1:1 até 3:22.

O livro de Deuteronômio é um dos mais importantes da Bíblia Sagrada, tendo muitas lições e ensinamentos fundamentais para a fé.

Só para ter uma noção, quando o Senhor foi tentado pelo inimigo no deserto, usou 3 passagens deste livro para não cair nas ciladas dele.

  1. Mat. 4:4 > Deut. 8:3;
  2. Mat. 4:7 > Deut. 6:16;
  3. Mat. 4:10 > Deut. 6:13.

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O contexto de Deuteronômio.

O contexto do livro se dá em uma série de instruções finais de Moisés ao povo israelita. Eles já estavam a quase 41 anos habitando nos desertos, e Moisés sabia que seu tempo de partida já estava próximo, pois Deus já havia lhe dito antes que ele não entraria na terra prometida.(veja 1:1-5,37-38).

Nós vemos nos vs. 6-8 que Deus sabia exatamente o endereço para onde deveria levar os israelitas. No entanto, aprendemos que o Eterno não é uma espécie de “gênio da lâmpada” que está à disposição para tornar realidade todas as nossas vontades do jeito que queremos.

Ele é Deus que se relaciona com Seu povo, é santo, e por isso exige integridade daqueles a quem Ele libertou de duros tempos de escravidão.

A nomeação dos juízes e sua conduta para com o povo.

Quando a comunidade cresce, o trabalho acaba ficando pesado demais para seu líder principal. Por isso, Moisés teve que confiar em outros homens que, como ele, fossem fiéis, justos, honestos e íntegros para julgarem retamente as causas do povo (1:9-17).

Aqui aprendemos que se vivermos em integridade, seremos dignos de ocupar posições maiores no tempo certo. Além disso, também aprendemos que devemos confiar tarefas a outras pessoas e não sobrecarregar a nós mesmos. E cada um, por sua vez, deve realizar seu trabalho com temor a Deus e justiça social.

Os queixosos não entram na terra prometida.

“Oh céus, oh vida, oh azar…”

Brincadeiras à parte, mas quem nunca viu pessoas que vivem se queixando de tudo e de todos. Se incomodam com o calor, com o frio, com a política, com o cachorro do vizinho e assim por diante.

O problema dos israelitas contemporâneos a Moisés, no entanto, era ainda mais grave. Eles viram o poder de Deus agindo contra as potências egípcias com sinais milagrosos. Mas isso não foi o suficiente para eles terem confiança no Eterno quando se encontraram em outra situação difícil, não muito tempo depois. Suas queixas, então, foram as responsáveis por deixarem-nos de fora da herança prometida (1:26-28,34-35).

Mesmo quando atravessamos grandes experiências com Deus, Ele sempre nos leva a vivenciar novas provações. São nestes momentos que não devemos nos esquecer das experiências passadas, e alimentar com isso nossa confiança no Todo Poderoso.

Moisés então recorda ao povo que o SENHOR estava os carregando como se fosse no próprio colo, guiando-os e protegendo-os durante todo aquele tempo no deserto (1:32-33).

Infelizmente, apenas uma minoria de pessoas confiaram em Deus, que Ele os introduziria na terra que havia prometido antes, mesmo diante dos desafios gigantes que viram à frente. Esses não tiveram medo (1:36-39). Tomara que nós estejamos entre essa minoria que confia em Deus também!

Obra recomendada para estudo aprofundado de Deuteronômio:

Torá Luxo – Chumash Gutnick – o Deuteronômio, por Rabino Chaim Miller.

Porção dos profetas (Haftará) para a Parashá Devarim: Isaías 1:1-27.

Para acompanhar a Parashá Devarim, lemos Isaías (original Yeshayahu) 1:1-27. Aqui vemos uma das mais tristes declarações de Deus ao seu povo:

O boi conhece o seu dono
e o jumento sabe onde o seu senhor põe a comida,
mas Israel não sabe quem eu sou,
o meu povo não tem entendimento
.

(Isaías 1:3)

Como foi possível as coisas chegarem a esse ponto? Um reino de sacerdotes com homens preservadores da Lei do Seu Deus e instruídos nela, agora sendo destruído justamente devido seu desconhecimento a essa Lei.

Aqui vemos que o desvio deliberado do Eterno e a violação da aliança com Ele leva o ser humano a cometer insanidades. As maldades do povo foram tantas que eles mesmos se compararam aos extintos sodomitas! (vs. 9-10)

A situação era tão terrível que nem mesmo o culto que eles estavam prestando a Deus estava sendo aceito por Ele. Na verdade, Ele até exigia que eles parassem de se reunir para cultuá-lo (vs. 11-14).

Deus não estava gostando daquela geração porque seu culto não correspondia ao caráter moral devido! Quantos de nós não estamos assim hoje, achando que com momentos emocionais em nossas reuniões estamos agradando ao Eterno, quando não orientamos corretamente nossa vida em Seu caminho? (cf. v. 15)

Diante de tão má conduta, Deus ainda demonstra misericórdia para com aqueles que estivessem dispostos a ouvi-lo e obedecê-lo (vs. 1:18-20).

Obra recomendada para leitura dos profetas:

Tanah Completo – Hebraico e Português, por Jairo Fridlin.

Você está dando ouvidos?

David Stern, em sua Bíblia Judaica Completa, deu uma excelente sugestão dos escritos dos discípulos para serem lidos junto da Parashá Devarim, que é Hebreus 3:7 até 4:11.

Este trecho repete a mesma cena abordada por Moisés em Deuteronômio capítulo 1, relembrando a história daqueles israelitas que por não confiarem em Deus no deserto, não entraram na terra prometida.

Por três vezes é dito:

“Se hoje vocês ouvirem a minha voz,
não sejam teimosos como foram os seus antepassados”.

(Hebreus 3:7-8,15, 4:7)

Paralelo a isso, o autor dá carta da uma série de mensagens animadoras ao povo, para que ouçam a voz de Deus e sejam obedientes a ela, afim de entrarem no descanso prometido por Ele ao seu povo.

Além desse trecho, para combinar com a porção dos profetas, estamos sugerindo a leitura de Mat. 23, que mostra a frieza espiritual de líderes religiosos contemporâneos ao Senhor, assim como aquela mostrada em Isaías 1.

Bíblia sugerida para leitura dos escritos dos discípulos: Bíblia Judaica Completa, por David Stern.


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