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Resumo da Parashá Corá (Números 16:1-18:32)

Last updated on 18/06/2023

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A Parashá Corá (Korach) é a 38ª porção semanal da Torá no ciclo anual judaico de leitura. Essa porção relata a rebelião de Corá (um primo de Moisés e Aarão), Datan, Abirão e 250 de seus seguidores. Alguns rebeldes são engolidos pela terra, enquanto outros são consumidos por um fogo de Deus e outros morrem em uma praga. A porção termina descrevendo os presentes dados aos sacerdotes e levitas. Ao todo, a Parashá Corá vai de Números 16:1 até 18:32.

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Leitura do 1º ano do ciclo trienal: 16:1-17:15.

Sugestões de leituras para a semana:

Obra recomendada para leitura da Parashá Corá (Korach):

Torá: a lei de Moisés, por Meir Matzliah Melamed.

Livro Torá: a lei de Moisés, por Meir Matzliah Melamed, Editora Sefer.

A rebelião de Corá, Datan e Abirão.

Corá era filho de Isar, neto de Coate e bisneto de Levi, portanto um primo de Miriam, Aarão e Moisés, que também eram bisnetos de Levi, filho de Jacó. Este homem, juntamente com Datan e Abirão, que eram da tribo de Rúben, conseguiram o apoio de 250 outros líderes para se rebelar contra Moisés e seu irmão, Aarão. Todos eles eram pessoas respeitáveis, chefes que a comunidade israelita tinha escolhido (Nm 16:1-2).

A alegação deles contra os dois irmãos escolhidos por Deus era de abuso de autoridade. Eles pensavam que os dois irmãos estavam se impondo acima da comunidade. Na verdade, eles estavam cobiçando o lugar de Moisés e Aarão, por isso começaram o tumulto contra eles. Em sua defesa, os dois irmãos pedem que, no dia seguinte, eles apresentassem seus incensários, e Deus mesmo mostraria quem Ele havia escolhido (vs. 3-7).

O profeta Moisés ainda alega que Corá estava sendo ingrato para com Deus, que os havia escolhido para servirem-no na Tenda Sagrada do Encontro. Além do serviço levítico, ele também queria se tornar sacerdote. Mas Moisés deixa claro que não foi escolha pessoal dele ou de Aarão tal cargo, porém do próprio Deus, por isso, Corá não estava se rebelando contra os dois irmãos, mas contra o próprio Soberano (vs. 8-11).

Já Datan e Abirão, recusando-se conversar com Moisés, alegam que ele os havia tirado de uma terra boa, o Egito, para os fazer morrer no deserto, e até aquele momento não haviam recebido nenhuma propriedade boa da mão de Moisés, o que o deixa furioso contra eles (vs. 12-15).

Tudo isso nos ensina boas lições: temos sido agradecidos a Deus por todas as bênçãos que já nos deu? Ou simplesmente nos esquecemos delas e ambicionamos o que não é nosso? Respeitamos as decisões de Deus ao fazer certas coisas de determinado jeito ou quando Ele escolhe outro para uma especificada missão? Ou será que ficamos enciumados e começamos a nos queixar, como se soubéssemos mais do que o Todo-Poderoso?

Irritado com a situação, Moisés volta-se para Corá novamente e lhe diz para que ele e seus 250 homens trouxessem cada um seu incensário no dia seguinte, e Aarão também se apresentaria. Eles assim fizeram (vs. 16-19)

A glória do Eterno apareceu diante de toda comunidade. Ele decidiu destruir todo o povo que estava perto dos rebeldes, mas Moisés intercedeu pelos inocentes. Assim, o Eterno ordenou que todos se afastassem da tenda daqueles homens, mas eles, com suas famílias, ficaram de pé em frente de suas tendas, como se mantivessem sua posição de rebeldia (vs. 20-27).

Depois disso, Moisés afirmou a todos que se aqueles homens morressem de causa natural, isto provaria que Deus não o enviou. No entanto, se o Soberano fizesse algo fora do comum, como a terra se abrir e engolir a eles, isso provaria que tudo que Moisés transmitia ao povo era proveniente de ordem divina. Assim, de modo sobrenatural, a terra se abriu, engoliu aqueles homens com suas famílias e seus bens, depois se fechou. Além disso, Deus enviou fogo para consumir o restante dos rebeldes que haviam se unido a Corá (vs. 28-35).

Tudo isso nos ensina mais lições importantes, pois ao ver a coragem de Moisés para desafiar os homens rebeldes, refletimos: será que temos agido com integridade e verdade diante das pessoas, sem enganá-las ou manipular sua fé para termos segurança no momento de uma controvérsia? No serviço divino, temos sido verdadeiramente fiéis e obedientes a Deus em tudo que Ele nos confia, para que em momentos como esse possamos nos assegurar em nossa retidão?

Depois do evento, Deus ordena ao sacerdote Eleazar, filho de Aarão, remover os incensários dos rebeldes dos restos do incêndio e jogar suas brasas para longe, pois haviam ficado consagrados. Já os incensários deveriam ser transformados em lâminas para cobrir o altar. As lâminas serviriam para advertir aos israelitas que ninguém que não fosse da família de Aarão podia se aproximar do altar para queimar incenso perante o Eterno, do contrário o mesmo que aconteceu a Corá e seus seguidores também o aconteceria (vs. 36-40).

Embora todos esses sinais tivessem acontecido da parte do próprio Deus para provar que Ele é quem havia escolhido Moisés e Aarão, e não que eles se exaltavam diante do povo, várias pessoas começaram a se queixar contra eles depois de tais acontecimentos.

Eles então avançaram contra ambos diante da Tenda do Encontro, mas Deus interveio e disse que destruiria a todos. O Eterno começou a lançar uma praga contra os novos rebeldes, e diante disso Moisés diz para o sacerdote Aarão pegar o incenso, pôr nele fogo do altar e ir até o povo para purificá-lo, e assim tentar apaziguar a ira divina. O sacerdote fez como Moisés havia ordenado e foi até o povo, pondo-se diante de vivos e mortos pela praga, que cessou depois que Aarão foi até lá. Foram mais de 14.000 pessoas mortas naquela ocasião (cf. vs. 41-50).

Depois dessa cena, que encerra o capítulo 16 de Números, Deus decide mostrar ao povo que era Ele quem havia escolhido Aarão para ser seu sumo sacerdote.

Ele então ordena que os chefes das tribos de Israel traga cada um uma vara de árvore perante Ele, ou seja, 12 varas. O nome de cada um deles seria escrito nelas. Naturalmente, na vara da tribo de Levi, estaria escrito o nome de Aarão, subsequentemente o nome dos outros líderes referentes às outras tribos de Israel, cada um em sua vara.

As varas seriam colocadas em frente da arca da aliança, na Tenda do Encontro, onde Deus se reunia com eles. Deus diz então que brotaria flores da vara de seu escolhido, com isso os israelitas não iriam mais falar mal dos dois irmãos.

Todos então depositaram no local indicado suas varas. No dia seguinte, Moisés entrou na Tenda da Aliança e viu que a vara de Aarão tinha produzido brotos, flores e também amêndoas. Moisés levou as varas para os chefes de Israel, e cada um reconheceu a sua própria, pegou-a e se retirou (Nm 17:1-9).

Dali para frente, Deus ordena a Moisés que coloque a vara de Aarão em frente a arca da aliança para que servisse de advertência aos rebeldes.

Este trecho do capítulo 17 de Números encerra a leitura do 1º ano do ciclo trienal da Parashá Corá, mencionando uma queixa dos israelitas. Eles alegaram que morreriam todos, porque várias pessoas que estavam se aproximando do Mishkan (tabernáculo ou tenda sagrada) estavam morrendo. Obviamente, isso aconteceu aos rebeldes, e não àqueles que estavam cumprindo seu dever conforme as determinações divinas, como Moisés, Aarão e seus dois outros filhos (vide 17:1-13).

Na verdade, Deus estabeleceu formas certas de cultuá-lo ou servi-lo, bem como estabeleceu líderes específicos para orientar seu povo e representar suas coisas sagradas diante deles. Temos nós respeitado as decisões divinas, registradas na Torá e nos livros dos profetas bíblicos? Ou será que, valorizando nosso ego e querendo ser donos da razão, temos contrariado as determinações do Eterno, ainda que sob a justificativa de querer servi-lo?

(Adicionaremos o restante do resumo da Parashá Corá no respectivo ano de leitura do ciclo trienal).

Obra indicada para mais aprendizado do livro de Números:

Torá Luxo – Chumash Gutnick – o Livro de Números, por Rabino Chaim Miller.


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