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Resumo da Parashá Sh’lach (Números 13:1-15:41)

A Parashá Sh’lach é a 37ª porção semanal da Torá no ciclo anual judaico de leitura. Sh’lach, que significa “Enviar” em hebraico, conta a história de espiões israelitas que viajam para Canaã, o relatório negativo que trazem de volta e a punição resultante decretada sobre os israelitas: vagar e morrer no deserto por mais de quarenta anos. Termina com leis sobre sacrifícios, a história de um homem que profana o Shabat e o mandamento de usar franjas rituais. Ao todo, essa porção abrange o livro de Números (Bamidbar) 13:1 até 15:41).

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Leitura do 1º ano do ciclo trienal: Nm 13:1-14:7.

Sugestões de leituras diárias:

12 Espiões israelitas são enviados a Canaan.

A Parashá (Porção) Sh’lach abre em Números 13 relatando a ordem que Deus deu a Moisés de enviar 12 homens para espionar a terra de Canaan, a qual Ele daria ao povo de Israel. Foram enviados um homem de cada tribo de Israel, chefes entre o povo. Os vs. 4-15 relatam os nomes de todos eles.

O versículo 16 faz questão de destacar que Moisés mudou o nome de Hoshea (Oséias), filho de Nun, para Yehoshua (Josué na forma aportuguesada).

O nome original hebraico הושע (Hoshea) é uma variante do verbo ישע (yasha), que significa salvação, libertação, ser salvo, ser libertado, salvar ou libertar (Strong H3467). O que Moisés faz é basicamente introduzir as iniciais do Nome de Deus no nome de seu sucessor, isto é, יהו, que seria pronunciado Yeho (ierrô). O verbo yasha também sofre uma variação fonética, tornando-se o nome Yehoshua, significando Yah salva/liberta. Parece que, de alguma forma, Moisés já sabia que o filho de Nun seria o instrumento de Deus para liderar e libertar seu povo.

Mais tarde, quando o sacerdote Esdras e sua comitiva de líderes proibiram que o Nome Divino fosse pronunciado publicamente, a fim de preservar-lhe a santidade e evitar pena de morte em caso de insulto (blasfêmia) contra o Nome, começou-se a retirar dos nomes bíblicos tais trechos que formavam o Nome do Eterno, portanto Yehoshua foi abreviado para Yeshua, significando simplesmente salvação, libertação, salvar ou libertar. Daí vem o grego Iesu(s) e por fim o português Jesus.

Os versículos 17 até 26 deste capítulo de Números descreve para onde Moisés ordenou que os espias fossem em Canaan. Eles espionaram o território por 40 dias e retornaram com vários e bons frutos.

O medo dos espias perante os habitantes de Canaan.

Depois de espionar a terra de Canaan e ver que ela era realmente muito boa para se viver, os 12 espiões enviados por Moisés retornaram com um bom relatório a respeito da terra, mas com um mau relatório das pessoas que lá viviam. Pois eles descobriram que lá habitavam os descendentes de Anaq, uma família de homens cuja altura excedia o normal. Além disso, as cidades eram muito fortificadas (vide Nm 13:27-29).

Diante do iminente desânimo com o mau relatório a respeito das cidades e das pessoas, dado pelos 10 espiões, Calebe, filho de Jefoné, tenta apaziguar a situação e inspirar confiança nos demais israelitas. Entretanto, os demais espiões, com exceção de Josué, começam a desencorajar o povo, afirmando que não seriam capazes de vencer os cananeus, pois eles “devoravam seus habitantes”. Além disso, eles alegaram que viram até os chamados “neflim“, que eram descendentes de seres humanos gigantes (de onde veio Anaq), que acredita-se terem vivido antes do dilúvio (vs. 30-33; cf. Gn 6:2-4).

Muitas vezes, Deus nos dá desafios que aos nossos olhos são muito grandes, e ao vê-los sabemos que não podemos vencer com uma força natural. Mas Deus quer que confiemos Nele para realizar seus atos entre nós e através de nós. Ele não quer que vençamos um desafio tão grande sem a ajuda Dele, tão pouco que desanimemos completamente de nossa confiança, como este exemplo que vemos nos espiões de Canaan.

O povo sente medo e se queixa contra Moisés diante do relatório dos 10 espias.

Não obstante terem visto todos os milagres que Deus realizou para tirar o povo do Egito, parece que muitos dos israelitas ficaram mau acostumados e não quiseram lutar quando chegou a hora.

Ao ouvir os maus rumores a respeito dos assustadores habitantes de Canaan e de suas cidades fortificadas, muitos do povo de Israel começaram a se queixar contra Moisés e Aarão, até mesmo queriam voltar para o Egito, ou desejando que morressem no deserto em vez de ter que enfrentar os cananeus. Alguns deles até sugeriram constituir outro chefe para fazê-los voltar à terra da escravidão (Nm 14:1-4).

Diante disso, Moisés e Aarão lançaram-se ao chão perante o povo, Josué e Calebe rasgaram suas vestes em sinal de tristeza, e tentaram inspirar no povo confiança em Deus (vs. 5-7).

Diante dos desafios à nossa frente, como é a nossa reação? Continuamos a depositar confiança em Deus, e não só na nossa força? Manter-se firme perante os obstáculos da vida realmente não é fácil. Mas Deus não quer que depositemos confiança só na nossa força, mas no poder sobrenatural Dele!

E quando vemos outros atravessando grandes desafios, o que fazemos? Inspiramos confiança a eles, como Josué e Calebe fizeram, ou os desanimamos como os outros 10 espiões?

(Adicionaremos o restante do resumo da Parashá Sh’lach no devido tempo da leitura do ciclo trienal).

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Por Gabriel Filgueiras

Nascido em fevereiro de 1989, natural de Magé, RJ. Formado em teologia pela Faculdade da 2ª Igreja Batista de Rio das Ostras (RJ); estudante da Bíblia em seu contexto original judaico com a Comunidade Judaica Netzarim do Pará, sob orientação do professor de Torá e rosh (líder de comunidade) Yoná Sibekhay. Sou um monoteísta gentio em busca do conhecimento do Sagrado e Divino através das Sagradas Escrituras, a Bíblia Sagrada. Para mais informações, visite a página "Sobre" no Blog bibliaseensina.com.br.

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