A Parashá Beha’alotkhá é a 36ª porção semanal da Torá no ciclo anual judaico de leitura. Beha’alotekhá, que significa “Quando você levantar” em hebraico, começa com Deus instruindo Moisés a inaugurar os levitas para o serviço no Mishkan (Tabernáculo). Também relata histórias de pessoas que pedem uma segunda chance para oferecer o sacrifício da Páscoa, além de reclamações dos israelitas, seus castigos e uma doença que afeta Miriam. Ao todo, essa leitura abrange Números (Bamidbar) 8:1 até 12:16.
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Leitura da Parashá Beha’alotkhá no ciclo trienal – 1º ano: 8:1-9:14.
A luz do candelabro (Menorá) e a consagração dos levitas (8:1-4).
O sumo sacerdote Aarão era responsável por iluminar a Menorá e mantê-la acesa. Ele deveria fazer de um modo que as 7 lâmpadas iluminassem a lâmpada central. Assim, toda a área em frente à Menorá (ou candelabro) também era iluminada.
O candelabro, desde a sua base até as suas flores, tinha sido feito de ouro martelado, conforme o modelo que Deus mostrou a Moisés.
A consagração dos levitas (8:5-26).
A partir do do v. 5 do cap. 8 de Números será relatada a consagração dos levitas para o serviço na Tenda da Reunião (ou Tenda Sagrada – Mishkan).
Antes de iniciar o ofício, Deus ordenou que eles fossem purificados. Moisés deveria fazer o seguinte para isso: Aspergir sobre eles a água da purificação (o cap. 19 explica como essa água era feita). Eles deveriam rapar o corpo e lavar as roupas. Depois deveriam tomar um bezerro e farinha da melhor qualidade, misturada com azeite, para fazerem a oferta de cereal correspondente, e outro bezerro para o sacrifício pelo pecado.
Após isso, Moisés deveria levá-los para a frente do MIshkan, diante do todo Israel. Os israelitas lhes imporiam as mãos, e Aarão deveria apresentar os levitas fazendo a cerimônia de apresentação, como uma oferta dos israelitas para o ETERNO. Os levitas, por sua vez, deveriam colocar as mãos sobre as cabeças de ambos novilhos, dos quais um seria oferecido pelo pecado e outro queimado completamente.
Dessa forma, depois de purificá-los e oferecê-los a Deus, fazendo o movimento de apresentação da oferta, os levitas estariam qualificados para trabalhar na Tenda do Encontro. eles ficaram dedicados ao serviço de Deus.
Depois disso, os levitas foram fazer os seus trabalhos na Tenda do Encontro sob a supervisão de Aarão e os seus filhos. O que foi feito com os levitas foi da forma como o SENHOR ordenou a Moisés que fosse feito.
Este trecho finaliza dizendo que todo homem levita entraria para o serviço do Mishkan aos 25 anos de idade, mas aos 50 anos não trabalharia mais, podendo apenas ajudar os demais levitas prestando guarda e sem fazer trabalho pesado.
A Pêssah/Páscoa (9:1-14).
No 2º ano da saída dos israelitas do Egito, no 1º mês, Deus recorda a Moisés que eles deveriam celebrar a Pêssah/Páscoa no dia determinado daquele mês, conforme Deus havia dito anteriormente. O Eterno acrescenta ainda que este evento deveria ser celebrado de acordo com todos os seus ritos e costumes, a começar no início da noite do dia 14 deste mês (av/nissan).
(Não podemos deixar de mencionar aqui que Ieshua, o nazareno, chamado “Jesus” no mundo ocidental, celebrou este mesmo evento de acordo com as determinações divinas, sem adulterá-lo ou modificá-lo em nada, nem mesmo instituir um suposto novo evento relacionado à sua vida. Pois ele deveria ser obediente a Deus em tudo (cf. Jo 15:10), e no presente texto de Números 9:1-3 Deus afirma que a Páscoa deveria ser celebrada de acordo com suas determinações pré-estabelecidas. Ieshua também disse que participaria do mesmo evento novamente com seus discípulos quando inaugurar o reino de Deus neste mundo (cf. Lc 22:15-16). Veja o estudo “O que é a Páscoa Bíblica” no Blog Bíblia se Ensina para mais detalhes).
Então Moisés ordenou aos israelitas que celebrassem a Páscoa, e eles a celebraram no dia catorze do primeiro mês. Celebraram-na no deserto do Sinai, ao entardecer, cumprindo tudo o que o SENHOR havia ordenado a Moisés (vide vs. 11-12). E embora um certo grupo de pessoas não puderam participar por terem ficado impuras ao tocarem num cadáver, Deus as permitiu (cf. vs. 6-10).
Este trecho acerca da Páscoa bíblica (Pêssah) é concluído dizendo que se um israelita se negasse a participar do jantar, então deveria ser cortado do povo, pois se negou a abraçar a aliança de seu Deus (v. 13). Além disso, os estrangeiros (não-israelitas) também poderiam participar, mas deveriam fazer tudo da mesma forma que os israelitas (v. 14).
Sugestões de leituras diárias para a Parashá Beha’alotkhá (1º ano do ciclo trienal):
- Segunda: Números cap. 8.
- Terça: Zacarias 3:1 até 4:7. Obra sugerida para essa leitura: Tanah Completo Hebraico-Português, Editora Sêfer.
- Quarta: Hebreus 3:1-6 ou João 19:28-37 (sugestões da Bíblia Judaica Completa, por David H. Stern).
- Quinta: Números 14:1-14.
- Sexta: Estudo bíblico para o Shabat (sexta feira a noite) (em construção por aqui).
- Sábado: Leitura de toda a Parashá Beha’alotkhá em comunidade ou em família no sábado pela manhã ou tarde.
Veja também: Por que a Torá é lida toda segunda e quinta-feira?
Obra sugerida para leitura da Parashá Beha’alotkhá:
Torá: a lei de Moisés, por Meir Matzliah Melamed.
