Last updated on 26/07/2022
A Parashá Balak / פָּרָשַׁת בָּלָק (Números 22:2 – 25:9) conta a história do rei moabita Balaque, que contrata Balaão para amaldiçoar os israelitas. A jumenta de Balaão fala ao longo do caminho e ele acaba abençoando aquele povo. A porção termina com uma história sobre homens israelitas pecando com mulheres moabitas, e o esfaqueamento de um israelita e uma midianita.
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As profecias de Balaão (Números capítulos 22 até 24).
Balaão era um profeta um tanto misterioso que recebia visões e revelações do próprio Deus (Nm 24:3-4). O livro de Números, capítulos 23 e 24 relatam as mensagens proféticas que Balaão proferiu direcionadas à nação de Israel. Ele foi contratado por Balaque, rei de Moabe, para amaldiçoar esse povo (22:4-6), porém isso não poderia acontecer, porque o Todo Poderoso decidiu abençoá-los! (cf. 23:7-8).
Aqui aprendemos que quando orientamos nossa conduta de modo agradável e obediente a Deus, então se com isso Ele decide nos abençoar, ninguém poderá fazer o contrário! (cf. Gn 12:1-3; 17:1-8)
Deus nos abençoa, e nós o que fazemos?
Na cena entre Balaão e o rei moabita Balaque, e no desenrolar da história do povo judeu, nós podemos ver que Deus sempre cumpre suas promessas, incondicionalmente, de um jeito ou de outro. Nós podemos ler, por exemplo, em Levítico 26:44-45 que mesmo sendo os israelitas desobedientes a Deus e aos seus mandamentos, e ainda que perdessem sua terra prometida e fossem dispersos pelo mundo (o que de fato aconteceu), Ele não anularia sua aliança com eles, nem permitiria que fossem completamente destruídos, mas os restauraria e os perdoaria.
No entanto, a transgressão tem suas consequências, e nos versículos finais da Parashá Balak, lemos um episódio em que o afastamento de Deus trouxe duras consequências para o povo israelita daquele tempo. Ou seja, por um lado Deus protegeu o povo de ser amaldiçoado por alguém, por outro, o próprio povo se permitiu sofrer maldição. Veja Números 25:1-9.
Por fim, se o povo não se conduzir corretamente nos caminhos do Todo Poderoso, Ele, por sua vez, porque é justo e santo, permitirá que seu povo sofra disciplina.
Obra sugerida para a leitura da Parashá Barak:
Torá: a lei de Moisés, por Meir Matzliah Melamed.
Haftará (porção dos profetas): Miquéias 5;6 até 6:8.
Como lemos na Parashá Balak, Deus decidiu abençoar seu povo, Israel, e ninguém poderia fazê-lo voltar atrás (Nm 23:18-24). A leitura dos profetas (Haftará) que acompanha essa porção é Miquéias 5:6 até 6:8.
Antes e mencionar os paralelos entre essa leitura dos profetas e a porção da Torá, é interessante notar que essas leituras eram praticadas continuamente pelos próprios discípulos do Messias, veja Atos 13:13-15. Além disso, próprio Senhor, durante toda sua vida, tinha como hábito participar dessa leitura com o povo de Israel, leia Lucas 4:16-20.
Com isso vemos que tais leituras padronizadas da Torá e dos profetas, também chamadas de porções semanais, são bastante antigas entre o povo israelita, pois nos tempos do Salvador já eram uma leitura definida em cada sinagoga judaica. Além do mais, até mesmo não israelitas estavam junto do povo de Israel aprendendo (At 13:43; 14:1; 17:17; 18:4).
Infelizmente os cristãos, que se dizem o povo oficial de Deus, foram ensinados desde suas origens a se apartarem do povo Dele e de seus costumes provenientes da Torá. Embora homens como o tão defendido pelo cristianismo, “apóstolo Paulo“, tenham lutado para unir os gentios ao povo eleito (vide Ef. 2:11-13). E até os dias de hoje sofremos um grande reflexo dessa separação. Por este motivo, aqui no Projeto Bíblico Ezra estamos tentando reconectar essas raízes.
A relação da Haftará Miquéias 5;6 – 6:8 com a Parashá Balak.
Em Miquéias 5:6 até 6:8, conferimos alguns relatos da promessa de redenção de Deus ao seu povo que se encontrava disperso pelas outras nações, uma advertência que eles se conduzam humilde e corretamente, além de nos recordar do acontecido entre Balaão e o rei Balaque.
Obra sugerida para a leitura dessa Haftará:
Tanah Completo – Hebraico e Português, por Jairo Fridlin.
Os Escritos Nazarenos (“NT”) e a Parashá.
Você se considera um seguidor do Messias?
Por que muitos de nós, crentes, nos consideramos discípulos e seguidores do Messias Salvador, mas ignoramos certos costumes de vida dele? Pois, segundo ele mesmo, basta ao discípulo ser como seu Mestre (Mt 10:25).
A Bíblia relata que ele estava junto de seu povo, seguindo os costumes, mandamentos e tradições que Deus deu para eles na Lei Dele. Dentre esses costumes, está a Parashá, isto é, a leitura organizada semanal da Torá; veja Lucas 4:16.
A comunidade de discípulos que ele fundou, da mesma forma, não se desfez de seu povo e de seus costumes (vide At 13:14,15; 17:1-2; At 24:14; 28:17).
Por isso, tanto o Senhor como seus discípulos certamente leram a Parashá Balak numa comunidade judaica local em seu tempo (e todos os anos de sua vida).
Como já vimos em um trecho da Parashá Balak, Balaão é induzido, em troca de riquezas, a lançar maldições contra o povo de Israel.
Porém, seus planos de amaldiçoá-los são frustrados pela própria inspiração divina que o impele a abençoar os israelitas. Entretanto, o texto revela mais tarde que Balaão armou ciladas aos homens de Israel, aconselhando os moabitas a seduzirem-nos com suas mulheres, que por sua vez os arrastaram ao culto de deuses estrangeiros (Nm 31:14-16; 25:1-9).
Para completar essa leitura com os escritos dos discípulos, sugerimos a leitura de 2ª Kefa (Pe) capítulo 2, pois ele fala tanto dos falsos profetas (como Balaão se tornou), seus hábitos maus, enganos, sutilezas e avarezas, quanto das pessoas pervertidas de coração que apartam seu caminho do Deus vivo. Ele ainda completa mencionando Balaão também (vs. 14-16).
Sugestão para essa leitura: Bíblia Judaica Completa; tradução do David Stern.