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Resumo da Parashá Ki Tavô (Deuteronômio 26:1 até 29:8)

A Parashá Ki Tavô é a 50ª porção semanal da Torá no ciclo anual judaico da leitura. Ki Tavô (“Quando você vir”) abre descrevendo a cerimônia da primeira oferta de frutas (bikkurim) e a declaração feita após a conclusão do dízimo. Ela é concluída com uma descrição detalhada das bênçãos que seguem a obediência às leis de Deus e maldições que vêm com a profanação das mesmas. Essa Porção vai de Deuteronômio 26:1 até 29:8.

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A oferta da primeira colheita.

Neste trecho, que vai do versículo 1 até o 15 de Deuteronômio 26, é ordenado ao israelita trazer os primeiros frutos da colheita perante o sacerdote na cidade escolhida por Deus para habitação de seu Nome (Jerusalém). Os versículos 5 ao 10 descrevem uma espécie de oração litúrgica que deveria ser realizada por todo israelita que viesse apresentar os frutos.

(Essas orações litúrgicas são comuns ao povo judeu. Duas muito conhecidas, por exemplo, são a bênção de Aarão, que lemos em Números 6:22-27, e a do Pai nosso, ensinada em Matias 6:9-13).

Ao final da oração litúrgica, o ofertante deveria se prostrar e adorar ao Eterno. Depois se alegraria com sua família, amigos, levitas e imigrantes numa festa a Ele (vs. 10-11).

O dízimo bíblico trienal.

Dos versículos 13 até o 15 de Deuteronômio 26 identificamos outra oração litúrgica que deveria ser feita por eles. Dessa vez, uma oração que acontecia de três em três anos, ao entregar-se a décima parte (dízimo) dos frutos das colheitas para órfãos, viúvas, estrangeiros pobres e levitas se alimentarem.

Deus já havia ordenado ao Seu povo armazenar os dízimos das colheitas em suas cidades trienalmente, veja cap. 14:28-29. Então as pessoas pobres da nação viriam e se alimentariam disso. Agora, no cap. 26 vs. 12-15, ao final de cada três anos, no chamado ano do dízimo, os israelitas deveriam se apresentar aos sacerdotes e recitar tal oração litúrgica descrita no texto.

(Veja também o estudo sobre o dízimo bíblico no Blog Bíblia se Ensina).

Os vs. 16-19 finalizam o capítulo 26 relatando como Moisés relembra ao povo de Israel que eles agora eram os escolhidos do Criador para representá-lo diante de todas as outras nações. Eles estavam recebendo todos os mandamentos do Eterno para cumpri-los e serem abençoados por Ele através disso.

(Paulo, cujo nome original hebraico é Shaul (Saul), o enviado de Ieshua às nações, sendo um homem israelita, continuava a respeitar a escolha de Deus por esse povo, basta ver Rm 3:1-2 e 9:4; cf. At 21:39, 22:3; Rm 11:1; 2 Co 11:22; Fp 3:5).

O altar de pedras e o memorial da Lei.

Deuteronômio 27 abre com uma ordem ao povo de escreverem as leis de Deus, que foram recebidas por mão de Moisés, em pedras, depois de entrarem na terra prometida (vs. 1-3). Isso era um memorial para o povo manter as ordens e ensinamentos do Todo Poderoso em prática.

Depois o próprio Moisés ordena-os a construir altares de pedras para ADONAI, porém eles deveriam deixar as pedras inteiras, do modo que foram extraídas da natureza. Isso provavelmente era para evitar dar formatos a essas rochas e transformá-las numa imagem de ídolo, o que ele já havia proibido ao povo que fizesse (cf. Dt 4:15-18,23). Esses altares de pedra deveriam ser construídos no monte Ebal (vs. 4-5).

Proclamações de bênçãos e maldições.

A partir do v. 9 de Deuteronômio 27, serão relatadas as maldições e as bênçãos que seriam pronunciadas sobre Israel dos montes Ebal e Gerizim, respectivamente.

Dos vs. 14 até 26 são relatadas as maldições e quais atos as trariam sobre o rebelde. O texto não traz uma lista das bênçãos que seriam proclamadas semelhantemente como foram as maldições, porém continua este assunto no capítulo seguinte.

Deuteronômio 28:1-14 faz um relato de como os israelitas seriam abençoados se mantivessem o amor e a prática aos mandamentos de Deus. De fato, o povo desfrutou disso por alguns períodos de tempo, como sob a liderança de Josué, Davi e Salomão, ocasiões em que foram prósperos, conquistadores e se multiplicaram muito. Entretanto, o restante deste capítulo, que não é curto, indo do v. 15 até o 68, narra todas as maldições que o próprio Deus enviaria sobre Israel em caso de violação e desprezo às suas leis e alianças, e quem conhece a história do povo israelita pode imaginar vários momentos em que essas coisas se cumpriram.

Finalmente, a Parashá (Porção) Ki Tavô finaliza em Deuteronômio 29:1-8, quando é relatada outra aliança que Deus faz com seu povo enquanto estavam na terra de Moabe, e lembra-os como Ele cuidou deles no deserto.

Sugestões de leituras diárias para a Parashá Ki Tavô.

Por Gabriel Filgueiras

Nascido em fevereiro de 1989, natural de Magé, RJ. Formado em teologia pela Faculdade da 2ª Igreja Batista de Rio das Ostras (RJ); estudante da Bíblia em seu contexto original judaico com a Comunidade Judaica Netzarim do Pará, sob orientação do professor de Torá e rosh (líder de comunidade) Yoná Sibekhay. Sou um monoteísta gentio em busca do conhecimento do Sagrado e Divino através das Sagradas Escrituras, a Bíblia Sagrada. Para mais informações, visite a página "Sobre" no Blog bibliaseensina.com.br.

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